Nuvens esparsas. Se havia possibilidade
de chuva, era uma chance remota. Dispostos a cumprir o plano, ultimamos
detalhes: protetor solar, água, apetrechos de viagem - tudo pronto.
E a Clau olhou para o céu. “É melhor
adiarmos, deve chover em poucos minutos. Aquela nuvem está carregada”, disse,
precavida. “Eu conheço a região, aquela nuvem está carregada, mas está longe
daqui, está sobre São Joaquim, lá deve chover, concordo”, repliquei.
Urubicicletamos. Uma nuvem sobre São
Joaquim não haveria de abortar nossos planos, já que estamos a pelo menos 60
km.
Quinze minutos depois, uma bomba d’água
cai sobre Urubici. A Clau, pedalando um pouco à frente, reduz a velocidade,
permitindo minha passagem, no momento em que emparelhamos, muito séria e
encharcada, retruca: “e chove em São Joaquim”.
Horas depois, enquanto jantávamos, propus um brinde e falei: “e chove em são Joaquim”, aí ela não conteve o riso.